terça-feira, 5 de maio de 2009

Pensamento digital

Depois de perdas e renovações, de quase enlouquecer a mim e outras pessoas, é hora de voltar às atividades e começar a desenferrujar certas engrenagens. O ano começou cheio de expectativas, porque me lembro que fiz uma simpatia ae, que o povo afirma de pé junto que dá certo. Eu acredito que certas coisas aconteceram desde o dia 01 ate aqui que tenham me feito refleti. Tenho pensado demais, lido de menos. Brigado demais e escrevi de menos.

Esse processo de escrever envolve muita coisa. Primeiro de tudo é sobre o que vou escrever o conteúdo em si. Depois vem “como vou colocar isso?”. Algumas pessoas acreditam que blogs servem pra tornar tal meliante num “famosinho bloggueiro” (odeio essa palavra “bloggueiro” do mesmo jeito que odeio a palavra “balada”), ter um monte de gente desocupada lendo, tecendo opiniões em cima de outras infundadas e a gloria... Tchan-nam!!! Vira vj da Mtêvê (Por favor, não faço aqui nenhuma referência explicita, porém se a carapuça serve no cabeção, fazer o que né?). Não! Escrever é um ato muito particular, mesmo que seja sobre bobices tipo: “Ah meu Deus fulano me deu um fora...” (aquele drama). “Ai eu sou intelectual tenho conceito sobre tudo”. “Meu ego é enorme, escrevo muito melhor que vc que está lendo isso”... Essas coisas. Isso aqui é uma forma de exercício particular, você constrói sua realidade e vai alimentando ela do que você mais gosta (ou desgosta), é um campo livre sem guerras. Geralmente me sinto num estádio de futebol vazio onde estou no meio do campo com a bola. Posso fazer tudo – ou quase tudo – ir pro gol, deitar na grama sintética (grama de verdade tem bichinho), falar minhas merdas, chorar, rir, sacanear. Não estou falando do espaço blog, digo da página branca do Word. Mas confesso uma coisa martirizaste pra mim é escrever forçada, falo isso em relação aos trabalhos acadêmicos, me dá a impressão que estou no meio da feira do produtor, na zona leste, com cede, ao meio dia e o pior de tudo sem um real no bolso e vendo uns bebum bebendo uma cerveja geladinha na minha fuça. Mas sempre tem um aparecido(a) que diz que é legal, faz vc crescer intelectualmente, então penso com o botão vermelho que achei andando pela ufanta: que papo mais furado. O lado intelectual sem duvida é valorizado e enriquecido, porém não é tão somente isso, como se todos nos vivêssemos num pais mega-ultra-super-power-desenvolvido em que o intelectual puramente vive muito bem obrigado. Eu faço “n” laudas, pra lá na frente ganhar um dinheirinho a mais, aprendo pra garantir a ração do minhoca, e leio material extracurricular pra fazer férula por ai.

O lance principal é não se prender, jamais. No dia em que o individuo prende-se a uma a uma forma, ou a um padrão, perde totalmente a originalidade, a espontaneidade. E tudo fica mecânico e sem sal como o cigano Igor da novela explode coração. Eu não recrimino ninguém que escreve num blog, por exemplo, contudo tem lá suas pedâncias por ai, que meu pai, não dá pra perdoar. E como a internet é um campo livre onde os servidores não estão com muita vontade de vigiar, todo mundo escreve o que quiser. Bom e não me faço de rogada, aqui to eu escrevendo o que quero no meu campo de futebol de grama sintética, me diz no que mais vou fazer da minha vida se tenho dedos, cérebro e dislexia? Escrever! Errado, mas vou.