Estou sobre o galho desta arvore.
Observando as cores do dia.
Não sei cantar e nem mesmo voar.
Como parei ali?
Acho que sonhei...
De cima vejo os homens pequenos
Aprecio as grandes composições.
Fecho os olhos e sinto, na pele do meu rosto,
O calor.
Arrasto as minhas mãos pela casca,
Da minha protetora.
Quero ter raízes profundas.
Quero ser alta, com vastos galhos.
Dar frutos e vê-los alimentar
Ou cair, germinar e me acompanhar.
Meu coração bate acelerado.
Como a vida que está ao redor.
Porem sou um apêndice em algo vivo
Não sou pássaro...
Não sou fruto...
Sou só um alguém no galho de uma árvore.
Cheia de pesar, coberta de angustia.
Pousando os olhos nos passantes,
Sem coragem de com os próprios pés,
Voltar ao chão.
Sem aquele peso...
De ser quem sou
E não pedir permissão para o ser.
A.A.