O que explica o amor? Creio que sua definição no dicionário é bem objetiva: do latim amore. Sentimento que predispões alguém a desejar o bem de outrem (Dicionário Aurélio, 2004). Porém em nossas vivências esse predispor significa muito mais, ou seja, superar o individualismo e vai além do que uma simples definição objetiva com palavras. Amar é um ato, um estado, e venho a crer que constante também, por mais que visivelmente não apareça ele está lá em algum lugar do pensamento humano.
Dado que o amor é uma característica exclusiva da nossa espécie e se expressa de maneiras indefinidas. Já ouviu dizer que o amor tem suas muitas faces? Ele transmuta, permuta, camufla e por ai vão os verbos atrelados a ele. Para Schopenhauer, por exemplo, este sentimento é oriundo da vontade do cosmos, é o que impulsiona o homem a perpetuar sua espécie através do ato sexual, o José olha para Maria, se apaixonam, amam e criam à futura geração e então o amor e um tipo de estratagema da vontade geradora para que nós possamos povoar o mundo, já dizia Machado: “Não tive filhos, não transmiti a nenhum ser o legado de nossa miséria.”
Schopenhauer amou? Será que ele sentiu esse engodo e mesmo assim deu de ombros para sua metafísica? Pergunto também a quem amou, e a quem ama. Pode ser que seja uma verdade absoluta, se é que isso existe, porém acredito que o amor não é tão somente isso, sem atribuições religiosas, um outro exemplo é Jesus que amou incondicionalmente, tanto os seus como seus algozes, sem a intenção de perpetuar seus genes, ele mostrou o Ágape ao mundo, então sem ignorar essa parte da história do amor, presumo que há dois pesos e duas medidas. Essa palavra não compreende explicações definidas, porque para cada um ele se manifesta de forma diferente, para cada ser ele significa uma coisa, falei de verbos atrelados, põe-se a interpretação individual do que é. E mesmo assim com uma opinião sua e própria ele ainda significa o não ter, amar às vezes, quer dizer só amar, como diz o dicionário querer realmente bem a um outro alguém e devo acrescentar, sem pedir nada em troca. Cada um encontra o seu “alguém”, salientando que ninguém pertence a ninguém, como ouvi de um monge famoso que aposto que você sabe o nome: “Amor é desapego, e a melhor forma de fazê-lo e dar liberdade a quem se ama”.
Seguindo essa premissa o amor é mais universal do que imaginamos, ele não tem uma definição especifica e faz-se presente em tudo. Você pode não entender o que motiva certos atos, mas analisando profundamente vê o real sentir daquilo, por bem o por mal, também pode motivar dor, tristeza e lágrimas, e isso vai do grau de amadurecimento de cada um. É um estado eufórico de felicidade, e ter esperança e não desistir jamais, a quem ler pode parecer como nos romances da 1ª geração, mas não floreio meus amores, amo-o pelo que é com seus defeitos o amo. E esta seja a chave para todo esse escrever, construir idéias e analisar pensamentos, amar pelo que você é e não pelo que poderia vir a ser, querer bem a tua essência porque foi ela que atraiu a minha, dar o que não pode ser dado, o coração. Sim reconheço em mim esta face do amor e junto alguns verbos negativos, não tenho a maturidade suficiente, mas não obidico esse direito meu de sentir-lo. Quero unir essas duas medidas e fazer uma só. E termino com as palavras de Machado: “Cada qual sabe amar a seu modo; o modo pouco importa; o essencial é que saiba amar".
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Ensaio intimista sobre o amor.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
O Palhaço Pirilampo Pipoca
Ele vem de longe
Canta e sorri suas histórias,
Mas no rosto pintado de branco
Uma lagrima azul
Da cor do mar
Profundo, fundo como a verdade já dita.
Ele caminha trovando,
Provando o que a vida tem
Com o chapéu roído pelas traças.
Os cabelos desbotados pelo vento
E toca o velho e puído violão
Carregado de musicar...
Toca o coração sem saber.
Vai além do que é palhaço.
Faz sorrir, mas também faz chorar.
Embola o sentir num só
Leva pra longe como ele
O que há de ter, amar...
O bom palhaço a sua platéia.
A.A.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
Azul
Uma inquietação constante entre o ter, fazer e cria, não há ordem formal porque isso não tem ordem, é como uma obrigação acordar todas as manhãs e ser produtivo de algum modo. Como se as engrenagens das nossas idéias estivessem motivadas somente a isso, a criação. E tão difícil é que em muitos momentos torna-se um processo que não compreende etapas pré-definidas, mas sim uma enxurrada de pensamentos, um peso, um volume esmagador no cérebro. Assim tudo muito rápido, os olhos fecham e quando se abrem, está lá, pronto à espera que sua forma seja dada, persistindo até o fim dos seus dias, martelando como uma dorzinha de cabeça que se diz que é chata, mas sabe-se muito bem o que é: o projeto permanente e metamorfósico de uma vida.
Entrei em um processo complicado de criação, ele exige de mim um tempo considerável – 24 horas por dia – e ainda nem sequer está na metade, porque na verdade esse Frankenstein que estou criando é um somatório de percepções e motivações. Não quero afirmar que o material em si fala sobre uma introspecção, não sou filosofa, porém acredito que talvez seja um reflexo do que eu gostaria muito de ser, ou um fruto de uma época. No tocante a produção continua sendo um processo solitário e convenci-me de que seja preciso ser assim, tentando organizar histórias acrescentar pontos.
Quando comecei parecia mais uma brincadeira e depois me dei conta de que isso toma conta da sua mente e corpo, e que quando é deixado de lado transforma-se num inimigo a espreita, uma analogia nada romântica para descrever o abandono de uma inspiração. Por isso peguei em velhos arquivos, soprei a poeira de palavras que havia escrito há muitos anos, páginas e mais páginas de história e a velha disposição voltou, reviveu. O que mais posso esperar dessa cabeça oca que tenho? O que será reservado as paginas e mais paginas a serem escritas? Um dia o material vai ficar pronto, espero que esse gás todo perdure por uns bons meses e que pelo menos avance rumo ao fim, e faltando só umas frases eu queira descansar, ou termine de uma vez, mas não garanto que vá sair da “gaveta” da memória do meu computador, porque só em concluí-lo já vai me fazer muito feliz.
A.A.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Devaneios...
A.A.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Frio
Caminhei como sempre faço , assim como todos os dias, chovia um pouquinho e inevitavelmente apesar do tênis que usava meus pés molharam e essa sensação de frio constante somou-se com meus pensamentos. Penso em coisas e o pé dói, reflito e os dedos ficam roxos. Roubam o meu sono nas viagens de ônibus. Os fios de reflexão e os pés gelados...
Mas por outro lado como poderia obdicar disso, a chuva me proporcionou uma motivação frenética de nunca parar. Esquentar meu corpo, agitar minhas células, hoje eu poderia caminhar quilômetros e não cansaria hoje eu poderia dar a volta ao mundo a pé e não me incomodaria com nada, nem com a dor.
A.A.
sábado, 16 de fevereiro de 2008
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Marias
Nos tempos da minha avó – primeira Maria – as mulheres eram ensinadas a serem boas esposas, mães e excelente donas-de-casa. Suas prioridades eram: o almoço dos filhos e marido, as roupas no varal que secavam e o que as crianças iriam vestir na missa de domingo por exemplo. A geração da minha mãe – a segunda Maria – queria casar, mas também começava a formular uma idéia de ser uma profissional, porém precisavam escolher entre família e carreira. Já a minha geração – a terceira Maria – começamos a pensar muito cedo em carreira profissional, até porque nossas mães, as segundas Marias, nos ensinam que isso na vida de uma mulher é muito importante. E elas não falam isso à toa, essas mulheres em sua maioria hoje são chefes de famílias, provem educação e sustento aos seus através de muito trabalho, não querem que suas filhas precisem batalhar tanto para conseguir seu lugar ao sol. Portanto a mulher atual pode escolher o que quer ser “quando crescer”, pode ter o não ter uma família, é dona de sua sexualidade, fala em pé de igualdade com o sexo oposto, ou seja, desfrutamos de uma liberdade conquistada por nossas avós e mães.
No meu cotidiano encontro essas figuras femininas e digamos que cada uma contribui um pouco para uma formação de mulher, a terceira Maria Observando suas experiências, enxergo pessoas corajosas e que apesar dos percalços da vida têm o bom-humor de sorri para o mundo.
A.A.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Cidade
Waiting In Vain
I don't wanna wait in vain for your love
I blessed my eyes on you boy
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Pôr-do-sol
Voar!!!
sábado, 9 de fevereiro de 2008
Um Simples Abraço
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
Colombina
1. Os seus vizinhos adoram carnaval, mas você não. Porém isso não os impede de ouvir todos os sambas enredo, de todas as escolas de samba, de São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso...
2. As mães que obrigam seus filhos a se fantasiarem, e pior que isso, tiram fotos dos moleques com cara de choro, isso pra mais tarde mostrar pro namorado(a) e fazê-los passar uma vergonha sem tamanho.
3. Velhos assanhados ficam mais assanhados.
4. Bêbados ficam muito mais bêbados.
5. Ônibus normalmente já é um lugar de pouco espaço, no carnaval fica muito mais apertado, o bom de tudo isso é que todos estão indo na direção oposta a sua.
6. Na TV aberta só passa carnaval, carnaval, carnaval (Não tenho dinheiro pra TV paga!!!)
7. As pessoas que já andam bem à vontade por causa do sol desta cidade, nesta época tem um motivo a mais pra exibir cofrinhos escrotos a quem puder olhar.
8. Alguns homens ficam muito mais cara-de-pau e muito menos inteligentes, tendo em vista que a cabeça de cima está offline.
9. Algumas mulheres ficam loiras e fáceis de vez...
10. Não tem mais nenhuma outra opção por aqui sem ser o tal do Carnaboi (maldito!), aff...
Um motivo pra este carnaval estar ótimo:
1. Esta chovendo muito...