sábado, 18 de agosto de 2007

A procura...


A procura de algo que justifique bem a natureza humana me apego em certa afirmações, mas de forma relativa ainda tenho meus receios sobre esta tal natureza. Segundo Nietzcshe o homem deve lutar para ser o que realmente é. Mas quem sabe o que pode habitar em cada um? Quem pode mesmo deixar cair sua máscara e se mostrar na sociedade como devidamente é?

“Torna-te quem tu és!”

Quem sou eu então? E quem é você afinal?

Uma idiossincrasia de costumes, de preconceitos, de conceitos. Tudo isso constrói o homem (entenda mulher também), cada um fabrica sua máscara, na tentativa de se adaptar ao meio. Nesta tentativa esconde como é de verdade e literalmente. E não é difícil notar isso ao nosso redor, quem não tem um amigo que se recusa a admitir sua sexualidade porque a educação machista que ele recebeu, e digeriu forçadamente, impõe que ele a qualquer custo precisa ser “o cara”. Quem não vê o empenho das mulheres em tornarem-se mais belas, mesmo que isso signifique tornar-se também superficial, por causa desta maldita ditadura da beleza.

Como você é?

Uma definição, então quem pode definir-se somente com um adjetivo?

Não é fácil carregar sua cruz. Cada um possuí uma, a cruz de esconder características da própria personalidade. Por medo? Medo pode ser a explicação mais palpável, quando você é criança é basicamente a primeira coisa que te ensinam. Medo. Pelo medo muitos calam-se e crescem calados. Outros irritam-se e lutam contra ele (corajosos...). Ainda segundo Nietzcshe o ser humano padece de bondade, ou seja, torno-me quem sou e admito minha natureza cruel.

O homem é cruel?

Sou cruel?

Ainda procuro muito entender se todas as minhas regras internas são os freios da minha crueldade de natureza. Acreditar que o concreto pra mim e respeitar o espaço do outro, mesmo que este invada o meu. Cresci calada e agora quero falar. Mas qual é o meu espaço? O medo que tenho é o de perder o que ainda nem conquistei. Sempre tive medo. Eu careço de bondade? Não há filosofia suficiente que explique o homem.

Não há verdade absoluta!

Não há...!

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Passive

Dead as dead can be
he doctor tells me
But I just can't believe him
Ever the optimistic one
I'm sure of your ability
To become my perfect enemy

Wake up, and face me
Don't play dead, cause maybe
Someday I'll walk away and say
You disappoint me
Maybe you're better off this way

Leaning over you here
Cold and catatonic
I catch a brief reflection
Of what you could and might have been
It's your right and your ability
To become my perfect enemy

Wake up(why can't you)
And face me (come on now)
Don't play dead(don't play dead)
Cause maybe(cause maybe)
Someday(someday)
I'll walk away and say
You disappoint me

Maybe you're better off this way(x4)
You're better off this(x2)
Maybe you're better off

Wake up (why can't you?)
And face me (come on now)
Don't play dead (don't play dead)
'Cause maybe (because maybe)
Someday (someday)
I'll walk away and say
You fucking disappoint me
Maybe you're better off this way

Go ahead and play dead (GO!)
I know that you can hear this (GO!)
Go ahead and play dead (GO!)
Why can't you turn and face me?! (GO!)(x4)
You fucking disappoint me!

Passive agressive bullshit!!!!*

A Perfect Circle


*Essa é uma das facetas da minha personalidade...

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Luxuria...



Ela se olha no espelho, analisa seu corpo perfeito envolto num vestido vermelho, com um decote generoso, rodado até o joelho। Pega o batom vermelho e passa na boca, calça seu sapato vermelho de salto agulha, dá mais uma olhada no espelho e, com um olhar travesso, pensa que esta noite realmente quer se divertir...

Entra no seu conversível e vai para a Cidade Baixa. Neons, ruas de pedra, mulheres e suas plumas, homens e suas gravatas. Estaciona o carro vermelho já provocando olhares; loira, platinada sai do carro toda de rubro e caminha pela rua de pedras tão velhas e gastas quanto o tempo.
Rebolando, anda girando o juízo de quem a vê. Passa por casas noturnas, cerrando seus lindos olhos verdes como se estivesse a caça, como se espreitasse por sua presa. Sobre a calçada percebe o neon verde e azul, onde diz “Midnight Club”: encontrou sua vítima. Entra requebrando o quadril de forma alucinante, deixa homens excitados e mulheres enciumadas, senta no bar e imediatamente o barman se aproxima perguntando:
- O quê a beleza vai querer?
Ela faz um biquinho, olha lânguida para ele e responde:
- Um Drymartini baby...
Em cinco minutos o barman traz a bebida. Ele nota o vermelho de suas unhas combinando com todo o resto e comenta:
- Toda combinando hein?
Ela responde:
- É minha cor favorita haney...
Ela gira no banco para apreciar as mesas cheias e, enquanto toma seu drink, ao fundo toca um blues ritmado. Acompanha o som balançando seu pé, lançando olhares cinuosos aos demais, muitos sentados conversando, fumando e bebendo, garçonetes andando pra lá e pra cá. Termina sua bebida e caminha por entre as mesas em direção ao palco, sobe nele e para surpresa de todos ela começa a cantar.
Com a voz aveludada mas forte, um pouco rouca mas suave, ela canta um blues cadente, quente pra quem ouve. Canta a história de dois amantes que se encontram num quarto de motel, na Cidade Baixa, andar dois, quarto 19. Os descreve cantando os beijos, as carícias e as loucuras do casal entre quatro paredes.
Canta insinuando seu próprio corpo, sensual, derretendo de excitação. No salão, uma conexão estranha começa a se formar, pares e pares caminham até ele e dançam: homens com mulheres, homens com homens, mulheres com mulheres, negros e brancos, todos bailando pelo saloom, embalados ao som daquela voz tão envolvente.
E mais e mais eles se tocam, mais e mais se embriagam de luxúria. A banda hipnotizada, como se quanto mais tocassem mais prazer sentissem, não param com a música. Então, o primeiro casal começa a se amar ali mesmo, depois outro e outro. Ao fim todos unem seus corpos inundados de amor e luxúria.
Ela cantava e comprazia-se com o que via. Em determinado momento pára de cantar, desce do palco, anda pelos corpos seminus, sai do bar e as portas atrás dela se fecham.
Olha mais uma vez para a rua com o mesmo olhar de antes á procura de sua nova vítima: Close Heart Bar Blues. E é para lá que se direciona, pelas ruas de pedra, com seu vestido vermelho, rebolando e pronta pra incendiar mais uma vez...