terça-feira, 8 de julho de 2008

Morada

Entre uma palavra e outra e pensamentos, sentindo certo calor porque a noite estava morna, cheia de olhares. Lá organizando alguns dizeres, pensei várias vezes no amanhã, uma vez que ainda era o hoje, uma vez que esperava pelo agora.
Tudo muito gravado aqui dentro do meu coração, e sinto paz diversas vezes do dia, quando não interrompidos por rompantes de desespero, e então me pergunto que montanha russa louca é essa que estou. Olho nos olhos de alguém que passa, vejo abraços e sorrisos, ouço o estalido de beijos ao meu lado e peço que, por favor, nunca acabe, implorando que as menções sejam concretas no depois de amanhã, quando vou estar sentada observando a calmaria naqueles olhos tão meus. E respostas, e perguntas, e sentidos eu caminho agora, não corro mais, e preciso me acostumar com calos, e preciso entender as feridas e tentar ao menos curá-las para o bem. Observando minhas mãos que já possuem lá suas marcas do pouco tempo que vivi, minhas mãos, minhas palavras guardadas que ainda não sei dize-las, aprendo aos poucos a falar o que os ouvidos querem ouvir, pois dentro, aqui, neste lugar, ainda tenho muito pavor de ser. Entendo que preciso enterrar alguns medos, a sete palmos de mim, e deixar o meu temor do escuro e até brincar com as sombras, pra poder desfrutar da luz do nascer do sol. O sol vai surgir, mas mais tarde assim fora de tempo vou ouvir o meu amor dizer que já está tarde para o dia e não pra nos. Nunca para nos.
A.A.

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