
Dias seguiram-se, de repente uma inspiração começava a crescer, o quê? Novamente, cores, palavras, vontade, saudade, frustração, silêncio... Ainda nem doía. Então um sinal de vida. Ele se lembra de mim! Sorri, fiquei feliz, estranho, muito estranho, logo eu! Disse que mexi em algo lá dentro, dentro de quê? Do coração? Eu queria saber, queria ver, ouvir, tocar, mas e ele? Hummm... É melhor esperar. Eu não sei esperar, não tenho paciência. Os passos dele comecei a catalogar,pra decifrar o que ia naquele tempo, pedia, procurava, ligava, cercava. Eu estava caçando. Mas por quê? Eu sabia porque, ele atirou sem saber, e acertou, bem no meio da mira, ali com uma ferida aberta que pulsa forte e diz coisas cheias de sentido e força. Era a minha sina, sina adorável, carma amado, com um tiro a queima-roupa.
Ele disse sim, eu em algum lugar ele a quilômetros de mim, consciência, pra mim era sério, pra ele, demorou a se acostumar. Silêncio, esse começou a doer assim como uma agulhada. Queria deixar, abandonar, mas minha alma voltava a ele sempre e doía ,mas eu já amava, não me lembro de amar assim... Constante, a imagem daquele sorriso, da preocupação, do olhar vago, da distância apesar de tão perto, estou perdendo-o. Chorei por perceber isso. Pedi que não. Por quê? Não sei, mas queria não perde-lo. Mas não o queria numa gaiola, só queria que olhasse pra mim e sentisse o que eu sentia na mesma intensidade. Eu sei não é justo, o tempo faz tudo e não podia obrigá-lo, forçá-lo. Então deixei a contragosto o tempo fazer o que tinha de fazer, arrisquei tudo. Tudo. E se ele não quiser mais? Vai doer, minha nossa isso dói! Mas ele vai ser feliz, sim veria seu sorriso por aí, e ficaria feliz, muito. Você nem imagina. Só que joguei meus dados na esperança de ganhar, botei toda a minha fé nisso. Deus.
Um abraço foi tudo naquele outro dia. Não contei o tempo. Que tempo? Isso existiu? Não ia perder a minha parte e andar por aí, descomposta, toda pela metade, não ia! Tudo ou nada. Queria tudo, meu tudo. A felicidade vem de mim e passa por ele e volta pra mim novamente. Era o calor naquele abraço, a certeza das certezas. Ah meu amor, eu decidi, eu quis te ter. E quem diria o contrário? Não devo nada a ninguém, não do meu coração. Meus únicos acertos são a palavras que digo ao teu ouvido. A primeira vez que ouvi o amor dos teus lábios, sim meu dia favorito, junto a tantos outros. Senti-me gente, ele disse que me amava, e o teu pensamento que vagava em certo espaço de tempo e vento, misturado, como os minutos que precedem o ápice de algo descomunal, fez-me carne e osso de verdade. Corpo e mente, articulações, veias, sangue, alma, pessoa (primeira). Inspiração permanente.
Tem uma fortaleza, essa que me une a você. Chama-me, leva-me sempre pra perto de ti. Ela sempre existiu, sempre, pois já a encontrei pronta, botei alguns tijolos, tapei alguns buracos, mas sempre esteve ali. Com árvores enormes, numa delas com um balanço usado, antes estávamos lá, bem antes. Com quartos com grandes janelas onde o sol entra sem pedir permissão, onde de lá posso ver até onde a minha visão humana vai, e quando chove, posso deitar fechar meus olhos e sentir seu abraço e as batidas teu coração. Lá pus tudo que te faz bem, e tiro o que você quiser. Está fortaleza que nunca vai cair. Tempestades, ciclones, nada. De lá posso ouvir o Mar. Ali vou repousar. Vou plantar o que você quiser e ver crescer.
Foi uma noite, aquela noite, a melhor escolha que podia fazer. Um dia ouvi que não há acasos, então sorri porque entendi que o que houve era pra ser. Aprendi muito de mim, muito de ti. Entendi o que quer dizer mesmo amar uma pessoa que não está na terceira pessoa, ou quarta, que é primeira pra mim. Sim vou contar e recontar aquela noite a quem me pedir. Quem acertou de verdade não foi eu, foi Você.
Vejo nos teu olhos o que de mim reflete...
A.A.
Um comentário:
queria te contar que já entrei p ler este tópico mil vezes assim como vc não cansa de contar esta história, eu não canso de lê-la, todos os dias eu venho aqui e ponho uma nova trilha sonora pra ler e é sempre o que nunca deixou de ser fantástico e inacreditável...
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